Entrei, subi por um elevador disfarçado com uma espécie de trompe-oeil. Já num outro piso segui o mar de gente e comprámos bilhetes para o cinema. Faltava uma hora para começar o filme, naturalmente um café quente com bolos foi o caminho seguido, na parede do café muitas eram as indicações sobre chás, cafés e suas propriedades. O olhar atento dos meus companheiros de cinema suplicou-me que não me atrevesse a tirar fotografias... Contive-me à espera de sair. Fora do café, dentro de um centro, por momentos acreditei estar debaixo de uma tenda...de circo. No percurso entre o café e a entrada do cinema as surpresas sucediam-se.
Aparentemente agora há em todo o lado a necessidade de dar cor aos espaços, iluminá-los, dar-lhes um ar natalício. À beira de uma escada rolante esperava-nos uma espécie de presépio moderno, mistura de cores...
Encandeada com tanta luz refugiei-me numa casinha cheia de desenhos.
Muitos, não queria acreditar.
Pedi rapidamente ao Pai Natal para me enviar depressa para uma escola, para poder aprender a aprender... Os meus passos levaram-me até uma nova casa-aquário...
Com ar de peixe fora de água nadei até à entrada do cinema.

Afinal... seria apenas uma sensação?
Onde estávamos?
Era a entrada de um cinema ou de um circo?
Tinha passado uma hora, as luzes na sala apagaram-se e fez-se silêncio... que se vai ver um filme!

