domingo, agosto 20, 2006 

Aniversários de sobrinhas e sobrinho

Depois da Margarida e da Carolina chegou a vez da Leonor (o Tomás fica para mais tarde) parabéns, immmensas coisas boas para este dia de aniversário... depois conto como ainda me lembro do primeiro dia em que vi a piquena, já lá vai mais de uma década...

sexta-feira, agosto 18, 2006 

Roupeiro, disse ela!

O desporto é algo saudável, afirmo-o, sentada diante do computador, passando os dedos nas teclas, imaginando que som terá a viola encostada no canto da sala...
Porém, não houve tempo para praticar nenhum desporto. Hoje, a revolução dos roupeiros estalou cá em casa. Depois de ter arrastado caixas com livros pelo corredor, demolido um roupeiro, perdão, desmanchado um lindo roupeiro, agora artisticamente encostado à parede livre do quarto da bagunça, não posso impedir-me de sorrir ao pensar como vai o meu querido irmão conseguir reunir as peças do novo puzzle, meu ex-roupeiro, e, seu futuro armazém camuflado...
Tirei fotos à medida que procedia à “(des)construção” massiva, mas quero ver como vai ser... Eu avisei que era melhor ver como se desmanchava, uma vez que não há esquema de montagem...
Mas falta pintar as paredes do quarto e desencaixotar livros, se continuo à espera do meu irmão, é melhor esperar deitada... não tenho arte para tal prova de paciência
Prova de paciência tem o meu amigo P. que tem o escritório dele ocupado vai para 3 meses com livros que começam a reclamar de não serem abertos.
Estaria tudo muito bem, mesmo sem praticar desporto, se de repente, duas raízes não das plantas, mas de dentes não tivessem iniciado um protesto que se estendeu às gengivas... Bem... esperava tudo menos vir a assemelhar-me a um adepto de futebol, daqueles que acenam freneticamente, por detrás dos jornalistas, quase sufocando a reportagem, na maior parte dos casos muito morna... para ...mostrarem um sorriso onde faltam DENTES.
Pois.. palavras para quê, é caso para dizer que ando com um sorriso amarelo que, muito provavelmente, tendo em conta as perspectivas pouco famosas e o ar apavorado de dois dentistas que passaram 30 minutos a debitar nomes técnicos que não contribuíram nada para acalmar os gemidos das minhas raízes, se traduzirá na exibição de um sorriso sem dente... lindo. Esta semana Madonna festejou mais um aniversário, com imensos dentes, certamente. Resta-me retirar a viola do saco, literalmente, e massacrar as cordas, não à procura de uma melodia que me incentive a praticar desporto.. mas na tentativa de exteriorizar um irónico e inoportuno ranger de dentes...

terça-feira, agosto 15, 2006 

Quem me dera ser onda





2006 tem sido um ano de aprendizagens nem sempre desejadas. Certo mesmo é que o tempo não se perde nem se ganha. No entanto, na gestão que fazemos do tempo que julgamos ter há prioridades.

Quem me dera ser onda... lembra-vos algo? ─ Um livro? Sim, também, mas não só... Recorda-me como é bom estar vivo e envolver-se/sair de um turbilhão.

Há quem dance, com enorme prazer, nas ondas (o André, que me enviou esta foto...). É bom ver que há uma continuidade familiar que faz com que a minha praia possa ser a nossa praia e continue a ser um local com uma energia muito especial.

Quem por aqui passou pôde ler:
“quem me dera ser pássaro,
voar no oceano,
talvez não volte para o ano.”

Foi o que 2006 me fez pensar, porque ninguém entra numa onda (foto) sem trazer consigo areia...

sábado, agosto 12, 2006 

...

Apesar do gosto por pedras que aqui em casa está patente nas amostras que invadem móveis e prateleiras, tento afastar o pensamento que seria melhor ter uma vesícula cheia de pedras, em vez de uma que causa problemas não detectáveis numa radiografia... talvez fosse igualmente necessário arrastarmo-nos entre a cama e o sofá com ar de alma penada... mas nunca se sabe se isso não seria um argumento mais convincente para a real necessidade de extrair a sra dona Vesícula.
Segundo o calendário chinês, nasci sob a égide do cavalo Não há relação entre o calendário e as costas arrasadas (nunca pratiquei equitação) mas como foi um ano do cavalo de fogo, deve ter sido excesso de lume o que causou tantos danos no meu invólucro. Esta semana voltou a ser muito dura devido à dor que eclodiu violentamente após a inopurtuna ingestão de um miserável bocadito de pâté e de uma nova medicação.
Quando a crise amainou retomei pouco a pouco algumas actividades lúdicas, antes que uma nova cruzada se aproxime e continue a impedir-me de comer bolo de chocolate, comida indiana, ou, simplesmente, algo que contenha uma ínfima parte de matéria gorda...ou algo comestível. Fi-lo temente ao cansaço que se seguiria e a todo o desconforto que se apodera depois (ou sem) de ingerir alimentos e que parece ter pilhas Duracell. Comportei-me desde 6ª feira passada como se estivesse a praticar dieta com enorme satisfação, dieta é coisa estranha e desagradável, palavra a escorraçar deste blog (estou a fazer um glossário, mas a terminologia adoptada é vasta), olhei para a panóplia de medicamentos que a médica me prescreveu nos últimos meses como se fossem parte integrante da minha existência (antes de colocar alguns de lado devido aos efeitos colaterais...).

Aparentemente este ano exige muitas paragens e tempo para, no final de contas, fazer muito pouco. Reconheço que já conheci anos melhores. No entanto, o mais surpreendente (continuo com o estranho hábito de pensar em termos de anos escolares) são ausências que não podem ser colmatadas, mas que sobressaem; não impedem a vida mas espartilham o respirar dos dias.
Não é como se a caixa de Pandora não tivesse sido aberta ou Pantagruel decidisse que o apetite era algo que não existia, é mais género uma revelação, como quando se faz um enorme percurso e se pára, sem conseguir retirar a poeira que se colou ao corpo, cientes do cansaço que as pernas sentem, da sede que fica por saciar e com dúvidas se o caminho que percorremos nos levará a um local aprazível.

Ao percorrer as notícias nacionais e internacionais destes últimos tempos sobressai a guerra, fogos florestais, manobras políticas e notícias que nos fazem pensar que a violência gera violência, mas também como é necessário recorrer a várias fontes para aceder a informação fidedigna... é impressão minha ou as notícias difundidas pelos média em Portugal são nitidamente insuficientes e repetitivas?
Por isso também me parece importante visitar pequenos grandes mundos que nos mostram outros lados de seres e suas visões sobre muitos assuntos e quotidianos: falo dos blogues, a blogoesfera permite ler outros textos, outras visões de notícias mais agradáveis, sobretudo quando se está confinado a um local relativamente restrito.
Curiosamente no percurso feito pelos blogues que visito (alguns têm links ... tenho que actualizar a lista!) deparei-me com textos interessantes sobre os benefícios e as maleitas causadas pela expectativa que a amizade parece exercer sobre todos nós.

Apesar dos blogues serem mundos relativamente pequenos penso que são uma nova realidade interessante que traz muitas coisas boas, às vezes até temos o prazer de conhecermos pessoalmente quem está por detrás de um blog.

Para terminar o regresso a postar de novo ( o balanço fica por fazer) tive presente um texto de Tahar Ben Yelloum sobre “les souffrances de l’amitié” , o que li nos blogues e as relações de amizade que estabeleci ao longo da vida.
Confesso que voltei a pensar na não necessidade de sofrer para poder apreciar as coisas boas que nos acontecem espontaneamente. As coisas boas são naturalmente valorizadas. São boas e procuramo-las, desenvolvendo, se for preciso, esforços para que existam. Se os amigos acontecem, como gosto de dizer, é necessário cuidar um pouco deles... senão são como plantas maltratadas, partem-se e definam. Apeteceu-me escrever sobre a amizade... afinal os laços que consolidamos ou diluímos são -também- da nossa responsabilidade e pressupõem vários actantes... e felizmente não são... nem perfeitos... nem controláveis são como são.

quinta-feira, agosto 03, 2006 

blog encerrado para balanço... sem férias.

terça-feira, agosto 01, 2006 

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“Avec le temps tout s’en va(…) »

mas... na memória armazenamos detalhes que resistem aos dias que passam por nós (sem ser no Rossio).
A primeira vez que li a palavra dislate, lembro-me dos risos que provocou em quatro mais ou menos jovens estudantes... Mais ou menos era o que não pensávamos ser, porque tínhamos o som das gargalhadas para aquecer o pensamento.
Agora há pensamentos que vagueiam por praias distantes onde Os barões assinalados já não declamam versos, chegou o tempo de cantar em palcos gigantes, mesmo se o cheiro delicia os sentidos e não disfarça as notas falsas (que traem um treino de estúdio com recurso a tecnologia de ponta). O que interessa não é a música, não é o local, nem a perfeição, nem nunca interessou. Importa sim querer estar ali, partilhar os pequenos gestos e o inesperado que o espectáculo proporciona. You are my sister(...), ou Se eu fosse um dia(...)?
Tudo passa, sobretudo se nos esquecermos de estar presentes, de vivermos os pequenos gestos com alegria no olhar, de ouvirmos e voltarmos a ouvir... e de nunca termos tempo para o que nunca necessitou de hora marcada.
Ironicamente foi preciso Tempo e ausência para compreender que a saudade não é nem nunca será um caminho percorrido apenas por alguns eleitos... e isso nunca serviu de consolação a ninguém... sobretudo quando os dias se assemelham cada vez mais a pequenas partículas que se esgueiram por entre os dedos.