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quinta-feira, julho 06, 2006 

Era uma vez muitos professores contratados, que todos os anos necessitavam de apresentar atestados de robustez física e psíquica junto das secretarias das suas sucessivas escolas. Umas tinham mobilidade, outras eram imóveis do Estado quiçá à espera de penhora para reduzir o défice. Todas tinham muitos trabalhadores precários que rodavam, assustados, de contrato em contrato e tossiam baixinho para não acordar o vizinho.
Os demais docentes há muito contratados, quando doentes, com sorte, apenas apresentavam dois ou três famosos atestados ao longo das suas carreiras, felizes por superarem mais uma prova na vida, porque um professor também adoece. Entretanto, milhares de docentes de todos os grupos espelhavam a sua felicidade nas admiráveis reuniões de grupo, na observação minuciosa das longas listas de alunos por turma, e, na observação do ar cheio de prateleiras vazias das bibliotecas.
O segredo de muitas bibliotecas residia no seu ar despido e vazio. Todos sabem que as bibliotecas são locais sagrados, deve ser por isso que muitas bibliotecas são locais de passagem, onde se entra e sai muito depressa ou a medo: nunca se sabe se algum livro pode deslizar e cair em cima de um pé. Há quem diga que quem entra numa biblioteca pode ser atingido por uma gramática. E o que é isso uma gramática? Que é feito dos antigos nomes que ela encerrava? Agora existe uma nova e muito desconhecida terminologia... aparentemente também desconhecida...dos manuais adoptados nas escolas, dos alunos, dos professores, dos Ministros e Ministras... Que estranho mundo este do ensino.
Há quem lembre as palavras encorajadoras de muitos professores (actualmente muito apresentados como responsáveis de todos os males do ensino). Ah, que bom quando as palavras transmitidas pelos docentes eram recompensadas com exclamações de espanto dos alunos (li um livro e gostei!). Ah, isso era como uma antiga publicidade, que dizia: Impulse, só não a/o protege de um grande amor...
Estamos em Julho, há quem fale em férias, parece-me inútil relembrar a pergunta muito ouvida nas escolas portuguesas: porque são necessárias aulas de Estudo Acompanhado? É simples...mesmo elementar (meu caro Watson): o ensino anda a sentir-se só...
Claro está que os Grandes Observadores acham que todos os professores e demais funcionários nascem iguais e como tal têm imensas férias. Pois se há quem afirme a pés juntos, e, a pés separados, que os professores, esses matreiros, têm três meses de férias! Tsse, tsse, que vergonha.
Mas a Legislação, muito respeitada, necessitada de novas roupas (perdão novas leis) não resiste e metamorfoseia-se, graças aos esforços de sucessivos mistérios, perdão Ministérios, Ministra e seus colaboradores (retirar os professores deste lote, um professor nos tempos que correm é um estranho aparentemente incompatível com o ensino).
E quem mandou escolher a profissão de professor e querer trabalhar? Hummm?


Puxa... Ainda bem que tás de volta.
Fazias falta cá na blogesfera com esse jeitinho especial que tens para a escrita.

Estou voltando... aos poucos.

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