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sábado, agosto 12, 2006 

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Apesar do gosto por pedras que aqui em casa está patente nas amostras que invadem móveis e prateleiras, tento afastar o pensamento que seria melhor ter uma vesícula cheia de pedras, em vez de uma que causa problemas não detectáveis numa radiografia... talvez fosse igualmente necessário arrastarmo-nos entre a cama e o sofá com ar de alma penada... mas nunca se sabe se isso não seria um argumento mais convincente para a real necessidade de extrair a sra dona Vesícula.
Segundo o calendário chinês, nasci sob a égide do cavalo Não há relação entre o calendário e as costas arrasadas (nunca pratiquei equitação) mas como foi um ano do cavalo de fogo, deve ter sido excesso de lume o que causou tantos danos no meu invólucro. Esta semana voltou a ser muito dura devido à dor que eclodiu violentamente após a inopurtuna ingestão de um miserável bocadito de pâté e de uma nova medicação.
Quando a crise amainou retomei pouco a pouco algumas actividades lúdicas, antes que uma nova cruzada se aproxime e continue a impedir-me de comer bolo de chocolate, comida indiana, ou, simplesmente, algo que contenha uma ínfima parte de matéria gorda...ou algo comestível. Fi-lo temente ao cansaço que se seguiria e a todo o desconforto que se apodera depois (ou sem) de ingerir alimentos e que parece ter pilhas Duracell. Comportei-me desde 6ª feira passada como se estivesse a praticar dieta com enorme satisfação, dieta é coisa estranha e desagradável, palavra a escorraçar deste blog (estou a fazer um glossário, mas a terminologia adoptada é vasta), olhei para a panóplia de medicamentos que a médica me prescreveu nos últimos meses como se fossem parte integrante da minha existência (antes de colocar alguns de lado devido aos efeitos colaterais...).

Aparentemente este ano exige muitas paragens e tempo para, no final de contas, fazer muito pouco. Reconheço que já conheci anos melhores. No entanto, o mais surpreendente (continuo com o estranho hábito de pensar em termos de anos escolares) são ausências que não podem ser colmatadas, mas que sobressaem; não impedem a vida mas espartilham o respirar dos dias.
Não é como se a caixa de Pandora não tivesse sido aberta ou Pantagruel decidisse que o apetite era algo que não existia, é mais género uma revelação, como quando se faz um enorme percurso e se pára, sem conseguir retirar a poeira que se colou ao corpo, cientes do cansaço que as pernas sentem, da sede que fica por saciar e com dúvidas se o caminho que percorremos nos levará a um local aprazível.

Ao percorrer as notícias nacionais e internacionais destes últimos tempos sobressai a guerra, fogos florestais, manobras políticas e notícias que nos fazem pensar que a violência gera violência, mas também como é necessário recorrer a várias fontes para aceder a informação fidedigna... é impressão minha ou as notícias difundidas pelos média em Portugal são nitidamente insuficientes e repetitivas?
Por isso também me parece importante visitar pequenos grandes mundos que nos mostram outros lados de seres e suas visões sobre muitos assuntos e quotidianos: falo dos blogues, a blogoesfera permite ler outros textos, outras visões de notícias mais agradáveis, sobretudo quando se está confinado a um local relativamente restrito.
Curiosamente no percurso feito pelos blogues que visito (alguns têm links ... tenho que actualizar a lista!) deparei-me com textos interessantes sobre os benefícios e as maleitas causadas pela expectativa que a amizade parece exercer sobre todos nós.

Apesar dos blogues serem mundos relativamente pequenos penso que são uma nova realidade interessante que traz muitas coisas boas, às vezes até temos o prazer de conhecermos pessoalmente quem está por detrás de um blog.

Para terminar o regresso a postar de novo ( o balanço fica por fazer) tive presente um texto de Tahar Ben Yelloum sobre “les souffrances de l’amitié” , o que li nos blogues e as relações de amizade que estabeleci ao longo da vida.
Confesso que voltei a pensar na não necessidade de sofrer para poder apreciar as coisas boas que nos acontecem espontaneamente. As coisas boas são naturalmente valorizadas. São boas e procuramo-las, desenvolvendo, se for preciso, esforços para que existam. Se os amigos acontecem, como gosto de dizer, é necessário cuidar um pouco deles... senão são como plantas maltratadas, partem-se e definam. Apeteceu-me escrever sobre a amizade... afinal os laços que consolidamos ou diluímos são -também- da nossa responsabilidade e pressupõem vários actantes... e felizmente não são... nem perfeitos... nem controláveis são como são.

Este foi o ano em que o meu invólucro sofreu mais danos, também. Tantos que declarei num post que, se houver outra vida depois desta, quero renascer couve flor... As tuas melhoras rápidas.
É muito difícil aproveitar o que seja quando nos falta a saúde. Tudo fica mais difícil na presença dador. Abraço muito solidário.

Afinal não fechou para balanço.
Espero que por uma boa razão.

As suas rápidas melhoras(pelos vistos eu tive mais sorte com as pedras)e vá dando notícias.

Beijinhos.

125_azul: espero que se tenha recomposto rapidamente. Concordo plenamente, é difícil aproveitar o que quer que seja se nos falta saúde. lembra-me "mente sã num corpo são"e é mesmo assim Bj

Melguinha (este nome foi o que me ficou, tem graça): qdo conseguir fazer o balanço por escrito posto loo. Bj

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